Insulto ao Público

de Peter Handke
leitura encenada de Tiago Correia

coprodução La Fin Terrible, Ovar, 2012

Esta obra do autor austríaco Peter Handke escrita na década de 1970 propõe uma situação conflituosa entre actores e espectadores, em que o espaço cénico é o principal personagem. O tempo real do espectador e tempo ficcional. O que é ilusão. O que não é. Esta peça pertence ao grupo de peças a que o próprio Handke intitula de “peças faladas”, na medida em que as mesmas não pretendem dar nenhuma imagem do mundo. Estas reduzem-se às palavras e não podem dar por isso nenhuma imagem, nem sequer uma imagem contida nas palavras porque toda a imagem forjada pelo autor não seria uma expressão natural; ela seria exterior. Esta peça constitui um exercício vocal como se se tratasse de um concerto polifónico. Num outro plano, a peça é uma provocação sistemática e inteligente para com o espectador, negando-lhe o direito da sua cómoda maneira de assistir ao espetáculo teatral e ao seu habitual hábito de percepção. É um texto escrito com base no ritmo, a partir de todos os cliché, negativos e positivos, que se podem formular entre as relações público – teatro.

  • direção
  • Tiago Correia
  • interpretação
  • Bárbara Andrez, Liliana Rocha, Paulo Calatré, Raul Correia e Tanya Ruivo
  • produção
  • A Turma
  • coprodução
  • La Fin Terrible